sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Tá certo, resolvi sentar a bunda e escrever... vou escrevendo pra ver se consigo parir algo aqui. Se não, isso quer dizer que não estva gávido! Isso quer dizer que não há nada plantado aqui...issso quer dizer que sou infértil, improdutivo, nulo, um peso...
E, se for isso mesmo, pouco me importo quer saber? Eu tenho desejos sim! Eu quero muitas coisas (nem tanto assim), mas quero! Fico imaginando como seria se eu tivesse alguma companhia, como seria se eu tivesse alguém que pudesse me entender, como seria se eu conhecesse alguem com quem eu pudesse ser quem eu sou de verdade e, no meio dessa choradeira toda, acabo deixando de perceber como eu sou, de verdade, a "crazy fucking luck duck"... é, isso mesmo!  tenho em minha frente a oportunidade de ser como eu sou, mas criado numa família de gansos desperdiçadores de oportunidades... pois eh fácil chorar, dizer que falta o ar, dizer como a vida cotidiana é chata, falar do esforço para continuar a viver uma vida irrisória, sem viço, sem sentido! É fácil culpar a família também! É fácil dizer-se de mentira e é mais fácil ainda verbalizar o desejo se ser uma pessoa de verdade... difícil é ser de verdade, porque isso chama a atenção quando o que eu quero é ser deixado em paz para realizar (e não verbalizar) o que trago em mim. 
Me impressiona o fato de muitas pessoas desejarem a atenção dos outros. Me impressiona essa vontade de ser o centro que irradia luz (ou será trevas?) para todos os lados. Me incomoda profundamente essa dependência de atenção! Porque querer chamar a atenção para si? Para que? E o resultado desastroso disso é que quem quer atenção e se sente bem com isso, logo imagina que isto (a atenção) faz bem e não consegue entender que existem outras pessoas que se incomodam ao terem todos os olhares voltados para si.
Poxa, eu sou só um cara! Não sou comediante, ator dramático, poeta nem qualquer coisa que valha! Não estou guardando nenhum segredo comigo! Querem saber de segredos? Vão ler algum livro que preste! 
Adoro conversar...de verdade, gosto mesmo! Meu desejo? Mutação, transfiguração, iluminação...quer que eu defina? Pois bem... realização total e completa de todo o meu potencial, deixando de usar a minha curta vida como desculpa ou barreira para a relaização deste desejo. Hoje mesmo, estava perambulando no internet, no blog do Kaslu (Me despedi dele sim, mas isso nao me impede de ler suas bobagens...) e me deparei com um conjunto de palavras escritas por Henry Miller:

Percebi que nunca tivera o menor interesse em
viver, mas apenas nisso que estou fazendo
agora, algo que é paralelo à vida, que faz parte
e ao mesmo tempo fica além dela. Absolutamente não
me interessa o que é real. Só me interessa o que eu imagino que é,
aquilo que sufoquei todos os dias a fim de viver.

by Henri Miller, in
Trópico de Capricórnio

Primeiro achei inteligente...depois meio babaca. Mas o que verdadeiramente penso desse texto? Tenho real interesse em viver? Em fazer planos? Se eu morresse agora? Minha vida teria sido suficiente para que minha morte fosse consciente?
Estou diante de uma mutação...de uma pergunta essencial, pois esse pequeno trecho de Henry Miller está para mudar o que penso sobre o que é viver! Que ato é esse que faz parte e, ao mesmo tempo, está além da vida? Qual é o ato paralelo à vida? Afinal de contas, isso existe ou é fruto da mente translouca de Miller? E se for, faria alguma diferença? Não para Miller!

Adoro conversar...odeio aparecer! 

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