Deus E O Diabo Na Terra Do Sol

Vaqueiro Manuel, matou seu Coronel
Foge com a Rosa dos jagunços do sertão
E no Monte Santo encontra o beato Sebastião

Mas sangue inocente não pode ser derramado
E Manuel acorda pelas mãos de uma criança
Rosa mata o beato e Antônio das Mortes
Mata seus seguidores

Nas mãos de Corisco, Rosa encontra a felicidade
Mas Antônio das Mortes não terminou sua missão
Ele matou Deus, agora matará o Diabo

Deus e Diabo, ambos deformados
Pela miséria do sertão
Estão condenados à carabina
De Antônio Matador

Manuel e Rosa chegam ao mar
Testemunhas da revolução
Iniciadores da libertação

Um fio de amor

A vida é...só isso bastaria. Mas estamos presos num labirinto onde a vida se torna uma sucessão de bifurações e, se não tomarmos cuidado, acabamos morrendo sem ao menos ter tido a chance de conhecer Minotauro. Supondo que alguns encontrem Minotauro, estes devem estar dispostos para a luta, ou seja, não esqueceremos jamais o porque de estarmos neste labirinto. O resultado do esquecimento não será perdoado, sendo que aquele que não lembra, virará comida de Monstro. Com coragem e força suficientes vence-se a batalha.
Após a batalha, ainda estou aqui, neste labirinto. E agora, exausto e faminto. Minha missão já foi cumprida, matei o monstro, mas sinto que se não sair daqui, eu mesmo me transformarei no Minotauro. Pois aqui, sozinho e com fome, posso devorar qualquer um que se atreva a cruzar meu caminho. Olhe, lá tem um! Ele se parece comigo mas está segurando um fio...eu também estou segurando um fio. Sim, um fio de amor, o que me restou para lembrar-me da saída, já que ainda não posso vê-la. Decido seguir o fio, esqueço minha fome, e não penso em mais nada, simplesmente porque não há mais o que pensar.

Você tem Medo de Quê?

No começo não tinha medo de nada
Todo dia de manhã dava aquela espriguiçada
E chorava sem medo de ser feliz

Depois de um tempo tive medo...
Medo da separação
Medo de sair da toca

Mas o mundo é tão belo não?
Tantos sorrisos, tantos beijos
E tanta gente fudida que ninguém imagina

Tanta coisa que esqueci do meu medo
Pois era valente, e mesmo na desgraça
O meu medo era uma desgraça

Mas então não temia mais o novo
Pelo contrário, desejava-o por medo do velho
E como era doce a ilusão!!!!

De tão doce, fiquei diabético...
Doente de alegria, com medo do medo
Estava morto e não sabia

Hoje não sei do que é feito meu medo
Será isto um medo?
Amanhã não quero sentir medo...
Será isto outro medo?

Ahhhhhhh! Até quando??
Até quando????

Um texto

Começo com um chute arbitrário, esperando somente a decepção daqueles que profetizam o fim do mundo. Pois o fim do mundo já é algo velho demais para mim, e se for mesmo para o mundo acabar, que ele acabe de uma vez, pó! Nada de nova era, signo novo, não!, nada disso, fim é fim e fim de papo!
Mas lá, no fim do túnel, vocês conseguem enxergar algo, amigos? Se sim, sejam bem-vindos! Porém, para mim, é algo mastigado, pisado, castigado...diferente do que eu tenho vontade de destruir, raízes e micorrizas (micorrizas, Dani)! Sangue, ossos, músculos, raízes e micorrizas sustentam tudo isso! Por isso é cada vez mais difícil, por isso a lembrança foi esquecida...
Mas o que fazer então? Só há uma forma de agir, e ela é agora! Este é o momento ideal para se agir... “ e se este não for o momento para mim?”, desculpe amiguinho(a), você acabou de ganhar uma hora-extra. Todos nós ganhamos horas-extras, então, se é assim, não as desperdice! Use-as!!!!
Use a sua imaginação, imagine o fim do mundo, se transporte para este cenário, o que você faria? O que você sente imaginando este cenário apocalíptico? Você seria aqueles que viraram pó, ou você seria aqueles que ainda restam, perambulando no deserto? Você seria behaviorista, construtivista ou humanista? (para fazer um paralelo com o texto de Hammadi e o filme: Arquiteto – behaviorista; Oráculo – construtivista; Neo e Trinity – humanista).
“Eu seria os três” – ah, cala a boca!!!!!
Você tem que escolher!
Não podemos ser os três simultaneamente mas podemos nos translocar de um tipo para o outro. Mas esteja claro de sua escolha, pois só assim você estará agindo sinceramente, e só com sinceridade podemos agir da forma certa e estaremos preparados para um particular tipo de fim do mundo. Se não, hora-extra pra você.

Primeiro Andar

Já vou, será?
Eu quero ver...
O mundo, eu sei,
Não é esse lá...

Por onde andar?
Eu começo por onde a estrada vai
E não culpo a cidade, o pai...

Vou lá, andar
E o que eu vou ver?
Eu sei lá!

Não faz disso esse drama, essa dor
É que a sorte é preciso tirar, pra ter
Perigo é eu me esconder em você...
E quando eu vou voltar? quem vai saber...

Se alguém numa curva me convidar...
Eu vou lá!
Que andar...é reconhecer...
Olhar!

Eu preciso andar
Um caminho só
Vou buscar alguém
Que eu nem sei quem sou

Eu te escrevo e te conto o que eu vi!
E me mostro de lá pra você
Guarde um sonho bom...pra mim...

Eu preciso andar
Um caminho só
Vou buscar alguém
Que eu nem sei quem sou...

Rodrigo Amarante