terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Da escolha da máscara

E porque também não sair da sala de aula? É uma grande perda os 3 anos de ensino médio, totalmente voltados pro vestibular. Três anos inteiros voltados para uma prova! Não seria melhor, por sua vez, fazer com que os alunos conhecessem o dia a dia da profissão que eles pensam seguir? Por que não colocar os alunos em contato direto com empresas, hospitais, creches, azilos, teatros, etc.? E deixar que esses profissionais mostrem como é estar inserido na sociedade, no caos... enfim, mostrarem-se com e sem as suas máscaras sociais, para que os alunos possam, dessa forma, perceberem aonde eles tem maior capacidade de intervenção!
É totalmente inapropiado centrar o processo didático em uma única esfera disciplinar. O conteúdo abordado na prova dos vestibulares está muito aquém do imenso leque de oportunidades e campos de atuação disponíveis. Além disso, há a questão da decisão, já que é muito difícil atribuir uma faixa etária adequada, pois que a descoberta de si mesmo e do outro - por si mesmo - podem ocorrer em qualquer idade.
Estaria, dessa forma, colocando um pouco de ação na morosidade que é estar numa sala de aula, além de mostrar respeito pela pessoa do aluno, inserido num clima de competição egoísta.

Essas ideias podem até parecer cômicas a muitos professores atuantes, levando-se em conta ainda o fato de que eu sou muito novo e atuo como professor eventual (provisório), provavelmente nada devo saber da elevada tragédia que se passa neste palco. Mas o meu propósito aqui não é contrastar o real com o imaginário, nem colocar minhas ideias no crivo gélido do pessimismo reinante de professores que sequer sabem se comunicar (expressão e comunicação deveriam ser disciplinas obrigatórias nos programas de licenciatura).

A ferida está exposta, aplicaremos o remédio? O que aconteceria, afinal, se os alunos, antes de escolherem qual carreira seguir, pudessem ter um contato real com a profissão desejada? Há, neste momento, algum professor lendo e rindo da minha cara, ironizando minha conduta que procurou não interiorizar nenhuma norma sem antes criticá-la?

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