quarta-feira, 25 de junho de 2008


Pois então estou cheio...tão cheio que não posso mais me mover. Quack! Um pato gordo...antes meu fígado estivesse inchado de tanto eu beber. Talvez, quem sabe, na loucura, não conseguisse entender, mesmo que momentaneamente, o que se passa por aqui.
Há lendas de uma época em que os patos desviavam de flechas no inverno.
Como posso eu desviar de flechas se estou tão cheio que não posso nem mover uma pata?
Pata esta com espinho, aliás...
Alguém sabe onde fica o banheiro? Se eu pudesse andar até lá...
Talvez eu possa me arrastar...hora do jantar.
Errrr....mmmmm....grrrrrr...Ahhhhhh...esse cano maldito...desce pelo meu esôfago...não tenho chances nem de vomitar!
Ratos...comem o que caiu no chão e aproveitam para roer minhas patas!

Há saída? Minhas patas doem, estou pesado, mas sei que tenho energia...se enfrentar a dor, consigo me arrastar até encontrar um refúgio para me esvaziar...depois voarei para bem longe, como na lenda do pato Fernando. A hora é essa...estou caído no chão, me arrastando como um verme...o espinho entra mais ainda na minha carne e meus músculos parecem sucumbir à dor...
Quem me vê não fala nada, aqui é comum morrer ou enlouquecer de dor...mas todos morrem ou enlouquecem calados...também permaneço calado para não fazer barulho.

Não sei o quão longe consegui chegar...mas aqui mesmo irei me esvaziar! Aqui, neste lugar, me fingindo de morto...
Lá vem o homem, ele quer me alimentar...espero estar suficientemente escuro para que ele não possa me encontrar.

4 comentários:

Madame Nada disse...

O negocio eh mesmo esse, se voce nao sabe onde esta o banheiro (e ja viu pato ir ao banheiro? So se for o patinho de borracha), faz o serviço ai mesmo. Mas tem que ser rapidinho, pra nao dar tempo da gordura ser incorporada, entao toma laxante, bota tudo pra fora, deixar sair.

Se deixas sair o que estas e ti
o que deixas sair te salvara
se não deixas sair o que esta em ti
o que não deixas sair te destruira

Jesus, segundo Tomeh

Madame Nada disse...

A cena se passou num terreiro de umbanda. Corria a sessão normalmente quando alguém
veio avisar ao Pai José que tinha uma velhinha passando mal. Pai José mandou trazer a velhinha – uma senhora pequena, magrinha, de seus
70 anos, com cara realmente de estar nas últimas.
Sentaram-na numa cadeira. Pai José olhou,
mediu, se concentrou, de repente perguntou
baixinho pra ela: Suncê peida, filha?

A velhinha, agoniada, olhou em volta
pedindo ajuda. Alguém traduziu: Ele quer saber
se a senhora solta gases! A velhinha, agoniada
que estava, mais ainda ficou.

Pai José pediu então para fazerem um chá bem
forte de dente-de-leão, e enquanto isso colocou
sua mão direita vibrando em direção à barriga da
velhinha. Veio o chá, ela bebeu, e momentos
depois soltava uma sonoríssima torrente de puns
– e sua expressão foi se aliviando, as cores
voltando, e ela começou a sorrir para o Pai José.

Que sorriu de volta e comentou: Tem que peidar,
né, filha? Senão, esse gás aí dentro vai fazer suncê
sair voando pelo céu antes da hora...

peguei no http://correcotia.com/deixasair/index.html
Vai la que voce ta precisando

Anônimo disse...

maravilhosos kali...maravilhoso....

K disse...

é um mantra maravilhoso: "Suncê peida, fia? Tem que peidar!"