terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Impossível
Impossível... essa palavra parece estar me perseguindo ultimamente. Andam inclusive dizendo por aí que é impossível sequer aproximar-se da verdade! O que me parece óbvio, aliás, é que materialmente falando muitas coisas são impossíveis. Deus-Diabão foi bem cuidadoso neste aspecto e as suas criaturas... bem as criaturas deste mundo parecem galinhas mesmo, ou qualquer outro animal domesticável! Pois o que é a domesticação senão uma troca? Sim, aquele que é domesticado, em troca de comida e abrigo fáceis oferece a si próprio ao seu "dono". E eu já nem sei mais se a palavra dono, neste caso, vem ou não com as aspas...
Em algum lugar entregamos nossa liberdade em troca de sei lá o que! E então, ser livre tornou-se mesmo impossível?
Escapar da prisão dos homens já é uma tarefa para poucos, impossível para muitos, vide Nietzsche. O que dizer, então, da prisão construída, ao longo da sua vida, por você mesmo? Imagine a tarefa de derrubar, tijolo por tijolo, o muro que você mesmo construiu! Esta seria a última, única e verdadeira impossibilidade?
É aí, neste momento, que a coragem irá distinguir-me da manada! Neste momento irão dizer-me dos perigos e dos riscos... mas acotece que a picareta, o martelo e a dinamite já estão em mãos.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Vá!
Isso é tudo o que eu sempre pude ver...se eu fosse um pássaro, veria mais cores.
Mas, isso é tudo o que eu sempre poderei ver... enquanto eu viver.
Essas cores me cansam agora...essas cores sempre me cansaram!
Isso é tudo, agora.
Parece pouco não? O espectro eletromagnético da luz que nossos olhos podem captar...mas ele é suficiente para que eu te veja. E isto basta. A sua visão é mais do que suficiente para causar, em mim, a revolução necessária neste mundo controlado. E eu me queimo, eu sangro, eu perco partes do meu corpo... E meus olhos nada vêem...através deles tudo permanece igual! Mas o meu coração sabe...sabe até mesmo da limitação do meu globo ocular...e é por isso mesmo que eu não desvio o meu olhar.
E, um dia, totalmente perdido, encontrarei você... e nós nos deitaremos um de frente para o outro... e toda lógica iceberguiana, toda dobra, não terá mais a menor importância.
E mesmo que este dia não dure para sempre...mesmo que depois eu acorde, ainda sendo eu, ainda sendo hoje, por isso mesmo, a liberdade estará nascendo em nós.
Assim, como todos, estaremos sem chão. E eu lhe darei o tempo necessário para entender o por que da minha ausência. E você entenderá, pois será livre, dobrando esquinas sem chão...
O Diabo é fraco e eu não quero te arrastar... não pense que eu não sinto sua falta!
O Diabo é fraco e um dia nós iremos voar... nossas lágrimas não irão se perder na chuva!
O Diabo é fraco e um dia seremos eu e você, os fortes.
Faça, Fuce, Force
Raul Seixas
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta...
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube essa porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta...
-"Os meus fantasmas são incríveis
Fantásticos, extraordinários!
Se fantasiam de Al Capone
Nas noites que tenho medo de gangsters
Abusam de minha tendência mística
Sempre que possível...
Os meus fantasmas tornaram
Minha solidão em vício
E minha solução em Status Quo
Ai! Meu Deus do Céu!"
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube essa porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta...
-"Feliz por saber
Que só sei que não sei
E que quem sabe não fala, não diz
Vida, alguma coisa acontece
Morte, alguma coisa pode acontecer
Que o mel é doce é coisa que
Eu me nego afirmar
Mas que parece doce
eu afirmo plenamente"
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não fique na fossa
Faça, Fuce, Force
Mas!
Não chore na porta
Faça, Fuce, Force
Vá!
Derrube esta porta
Trace, Fuce, Force
Vá!
Que essa chave é torta...
sábado, 13 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Estarei sorrindo
Estou cansado... tanta luta, tanto desgaste, e tudo parece ser tão...inútil!!!
Não quero mais ficar brigando com as paredes...só quero mesmo é rir da minha cara quando pareço estar perdido.... eu quero mesmo é poder rir da minha cara de perdido!
Sim, estarei semrpe pronto para qualquer luta que você me chamar... mesmo sabendo que possivelmente estarei entrando em uma luta inútil. E isso porque, ao final da luta, haverá a possibilidade de nós podermos rir!
E quando chegar a hora, quando eu for atingido, quando alguém conseguir me fazer calar...estarei entregando minha última arma, meu próprio sorriso.
Queres saber o que aconselho contra esta melancolia? (Epitáfios Estóicos)
A morte, dizia Epíteto, surpreende o lavrador em sua lavoura, o marinheiro em sua navegação: E tu, em que ocupação queres ser surpreendido?
O sarnento deseja o que irrita a sua sarna.
E não é isso o natural da doença, nada suportar por muito tempo e tomar a mudança como remédio?
Pois enterrar-se não é conservar-se.
Não nos aventuremos jamais a um negócio em que poderíamos correr o risco de ficar sem saída.
O melhor é o menos mal.
Todos os homens participam do mesmo cativeiro, e aqueles que encadeiam os outros não são menos algemados; pois tu não afirmarás, suponho eu, que os ferros são menos pesados quando levados no braço esquerdo.
Toda a vida é uma escravidão.
O que julgamos ser o cume não é mais do que a beira de um abismo.
Aceitemos, pois, todas as coisas superficialmente e suportemo-las com bom humor; pois está mais em conformidade com a natureza humana rir-se da existência do que lamentar-se dela.
Quanto àqueles que querem salvar-se e no limiar da morte se voltam para a vida, é preciso empurrá-los com viva força para seu carrasco.
By Sêneca, in Da Tranqüilidade da Alma, séc. I a.C. Postado por Kaslu
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Corpo de lama
Nação Zumbi
Este corpo de lama que tu vê
É apenas a imagem que sou
Este corpo de lama que tu vê
É apenas a imagem que é tu
Que o sol não cegue os pensamentos
Mas a chuva muda os sentimentos
Se o asfalto é meu amigo eu caminho
Como aquele grupo de caranguejos
Ouvindo a música dos trovões
Esta chuva de longe que tu vê
É apenas a imagem que sou
Este sol bem de longe que tu vê
É apenas a imagem que é tu
Fiquei apenas pensando que seu rosto
Parece com as minhas idéias
Fiquei apenas lembrando que há muitas garotas
Sorrindo em ruas distantes
Há muitos meninos correndo em mangues distantes
Esta rua de longe que tu vê
É apenas a imagem que sou
Esse mangue de longe que tu vê
É apenas a imagem que é tu
Se o asfalto é meu amigo eu caminho
Como aquele grupo de caranguejos
Ouvindo a música dos trovões
Deixai que os fatos sejam fatos naturalmente
Sem que sejam forjados para acontecer
Deixai que os olhos vejam os pequenos detalhes lentamente
Deixai que as coisas que lhe circundam estejam sempre inertes
Como móveis inofensivos para lhe servir quando for preciso
E nunca lhe causar danos
Sejam eles morais físicos ou psicológicos
O clipe está em www.sonhodosbichos.wordpress.com
Taxi Driver
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Nuvem passageira
"Eu sou nuvem passageira
Que com o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai
Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois esta pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar
A lua cheia convida para um longo beijo
Mas o relógio te cobra o dia de amanhã
Estou sozinho, perdido e louco no meu leito
E a namorada analisada por sobre o divã
Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva
Não quero nem saber de me fazer, vou me matar
Eu vou deixar um dia a vida e a minha energia
Sou um castelo de areia na beira do mar"
hermes de aquino
"E sendo nuvem passageira
Não me leva nem a beira
Disso tudo que eu quero chegar..."
raulzito
PERGUNTAM SEMPRE: MAS O QUE É TRANSFIGURAR?POIS AÍ ESTÁ A RESPOSTA, POBRE ESTÚPIDO,UMA VERDADE QUE DE NADA ADIANTA PARA VOCÊ!!
"Se os desafiadores da morte haviam apenas protelado sua dissolução os Novos Videntes descobriram um caminho novo. Partiram da "Visão" que somos constituídos por duas forças: A consciência e a energia vital. Ao final da vida a consciência é cobrada de volta pela fonte, mas não a energia vital. Por isso os Toltecas descobriram meios de treinar a energia vital para que ela se torne consciente de si, para que ela aprenda com a consciência a arte da consciência, mas aprenda também a não se identificar. Assim a energia vital, sem deixar de ser una e ressonante a toda vida, ganha também um aspecto "singular". Quando chegar o encontro com a Morte, a consciência será devolvida ao "Mar escuro da Consciência" como um rio vai ao mar e se dissolve, mais cedo, logo no delta, ou mais ao largo, continuando mesmo no mar, como correntezas e rios que existem no mar, como seres sobrevivem em planos paralelos a esses, mas tal qual o rio, deixaram suas margens há tempos e sua dissolução é apenas questão de tempo. Os novos Videntes mudam esse matiz. Ao chegar o momento renunciam completamente a esta consciência, deixando-a para a Fonte, mas mantém a "si mesmo" enquanto ente singular, apoiados na energia vital que sustenta o ponto de aglutinação num instante em que ele nada aglutina, num momento de transição. Então, a ousadia suprema, os Novos Videntes Toltecas ousam se incendiar com o fogo da consciência, isto é, entram noutro estado de existência, tomando uma nova "atenção " para si. Este estado do qual é impossível falar é chamado de 3ª Atenção. Chamam também de Liberdade Total e é proposta como a meta final, objetivo de vida de quem se dedica ao Xamanismo Guerreiro Tolteca."
By Nuvem Que Passa
Postado por Kaslu
domingo, 30 de novembro de 2008
Livro de Mirdad: A Grande Nostalgia
Ente os homens da Grande Nostalgia e os da Pequena Nostalgia está a grande multidão dos homens coelhos que não sentem Nostalgia alguma. Estão satisfeitos em cavar suas tocas, nelas viver, reproduzir-se e morrer: e acham as suas furnas muito elegantes, espaçosas e quentes. Não as trocariam pelos esplendores de um palácio real e zombam dos sonâmbulos, especialmente daqueles que caminham por uma trilha solitária, onde as pegadas são raras e difíceis de serem vistas.
O homem que tem a Grande Nostalgia e se encontra entre os outros homens, é muito semelhante ao filhote de águia chocado pela galinha doméstica junto com a sua ninhada. Seus irmãos-pintinhos e mãe-galinha desejam que o jovem filhote de águia seja tal como eles, com a sua natureza e hábitos, vivendo como eles vivem; e o jovem filhote de águia gostaria de que os outros fossem como ele: sonhando com um ar mais livre e um céu ilimitado. Logo, porém, seus irmãos de ninhada o consideram um estranho e um paria entre eles, e ele recebe bicadas de todos- até mesmo de sua mãe. A voz das alturas, porém, lhe fala no sangue, e a fedentina do galinheiro torna-se insuportável para o seu nariz. No entanto, aceita em silêncio tudo aquilo, até que se encontre completamente emplumado. Abre então as suas asas e se lança ao espaço, com um amoroso olhar de despedida a seus antigos irmãos e a sua mãe que cacareja, alegremente, enquanto cisca a terra em busca de sementes e vermes.
Ah vida! Por mais perguntas que você faça...por mais respostas que eu encontre...a única certeza é minha morte!
Algo aqui dentro diz: salte logo de uma vez! você nasceu para ir até os limites deste lugar e este abismo é apenas um simples obstáculo que está aqui para ser atravessado!
Mas, ao me levantar, tremo feito vara verde e sinto um vento gélido vindo das profundezas do abismo tocar minha espinha...
Ora, pra que saltar afinal? Posso viver muito bem aqui, deste lado, sem correr tamanho risco...
(risadas)
Ah, eu sei, sim...eu sei! Sei no que minha vida se tornará se eu simplesmente não pular... Primeiro ela se tornará a justificativa de algo que eu não fiz e depois a sombra do que eu poderia ter feito!
Salto então! Acabei de pular, estou em pleno ar e vejo meu corpo atrvessar o abismo...se eu cair morro na certa. Caio em terra firme e tudo continua como antes...nem um minuto se passou!
Mas o cheiro aqui é diferente... eu sou o mesmo, mas o cheiro...olho para tras e não vejo mais o precipício, será que andei tanto assim, seguindo meu faro? Ah, como eu me lembro deste aroma! Agora eu sei, foi por causa dele que saltei!!!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
O texto é de Hammadi
Um segundo ou menos, apenas o instante suficiente, ou a quebra temporal percebida...seja como for, o necessário apenas. Após isto algo parece estar diferente. De repente se percebe estar na contramão, na direção oposta à multidão de "não vivos". Ao fundo uma surreal parede verde quase dissimula a presença de um homem singular. Sua camisa, também verde, parece se sobrepor a prévia visão da parede num "deja vu" inquietante. Cenas relevantes passam então em sua mente, como se um fluxo de acontecimentos a tivesse levado àquele local, àquele estado de percepção. Ela chega perto do homem que a olha e lhe diz enigmaticamente: "o caminho é o meio termo". Ele se vai, deixando-a atordada num meio de questionamentos e compreensões velozes se embaralhando num enjôo viceral. O círculo de si mesma, de seu tempo, único tempo, parece fechar-se sobre ela. Algumas horas depois ela me encontra e me conta, como que predestinadamente, sua história. O mundo é de uma solidão intolerável, lhe digo sutilmente. "Todos os deuses são para você exatamente como você deseja que sejam...sempre para você" - insisto em lhe dizer. E quando seus olhos se fixam verdadeiramente no que digo e seus ouvidos se focam na única cena em meio a todas as projeções de sua mente, continuo: "Não acredite que eu exista, esta conversa não é o que você vê. Você está agora mesmo conversando consigo mesma. A questão não é o que lhe digo, mas o porque de você se questionar desta meneira. Pois eu não existo como você me vê, sou apenas uma imagem sua. Só há você aqui, ninguém mais. Esta conversa é só sua, você consigo mesma" . Seus olhos, suas mãos em uma inquietação denunciam seu pensamento, sua preocupação. "Não se preocupe comigo, existe a possibilidade de eu existir como alguém que adentrou seu sonho, porém o mais provável é que eu seja uma criação sua. De qualquer maneira, nada posso dizer que você não possa compreender. Tudo que é compreendido necessariamente já deve estar em você. Portanto não olhe para mim, mesmo que eu lhe diga que há uma saída, que eu lhe diga que é possível acordar. Lá fora é aqui dentro: bem vinda ao deserto do real." Ela sorri inocentemente analisando frases, sentimentos, considerando estados de ser. Antes que o momento a engolfe num redemoinho de esquecimento, continuo: "Não sorria ainda, experimente um pouco a visão real de sua vida de memórias implantadas, imaginadas, seus amores tão reais e tão inventados. Experimente um pouco a vivência de nunca ter tocado alguém que você ama verdadeiramente. Então depois, somente depois diga novamente que realmente quer acordar." Toda sua expressão corporal se conecta. A Verdade flui como um pássaro negro ainda etéro demais para fazê-la sangrar, mas o vento de sua asa adentra seus pulmões e no momento exato entre inspiração e expiração ela ouve através de sua conversa consigo mesma: "LEMBRE-SE".
domingo, 23 de novembro de 2008
A chuva não mata
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
Roda da vida?
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Sempre os mesmos rindo
O que não se pode negar é a sua eficiência! Loucura, neurose, fantasias, desejos proibidos...
Que combustível, meu rapaz!!!
"Assine aqui..." Já diria o Diabão (ou será outro?)
E pronto! Um novo mundo, de comidas enlatadas, jornais apocalípticos, compras, festas, ironia e causas justas se abrem aos seus olhos!
"Ora, mas do que você está reclamando, seu rabugento?"
"É verdade, minha cidade é a melhor!" (chacolalha, agita)
"Maldito Beatnik desajustado!"
Com tantos livros de auto-ajuda vendendo que nem água por ai!
Afinal de contas, quer dizer, só porque o mundo cotidiano deve continuar, eu não posso simplesmente...parar?
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
sábado, 9 de agosto de 2008
Mas há fronteiras
Chico Science
No caminho é que se vê, a praia melhor pra ficar
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Formas que toma o sofrimento durante o sono
- Mas o cocheiro pergunta pelo senhor prefeito.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Whiteman, uma história sobre a civilização em crise.
ATENÇÃO, NÃO CAGUE DE MEDO
O pobre e velho Whiteman está à beira de um ataque de nervos! Ele é um produto legítimo da grande depressão!
"Eu tentei! Deus sabe que eu tentei!"
(Whiteman sempre mantém o cabelo arrumado)
"Acho que definitivamente preciso de algum tipo de tratamento!"
- Whiteman!
-Ah...arrãm..ãn...Madame Tetê! Como vai você? He he
-Vi sua esposa na exposição de cães!
(Whiteman usa desodorante proteção 24 horas)
"(suspiro) Tem sido um esforço tão grande ser educado! Mas, se eu parar, eles vão ver...eles vão descobrir...meu verdadeiro eu, lá no fundo...a besta irada e lasciva que deseja apenas uma coisa! SEXO!"
-Slurp (baba)
"Sou tão viril! Eu leio Playboy! Sou fodão!"
"Preciso manter o controle...sou um homem maduro! Um adulto inteligente! Com responsabilidades! Sou um AMERICANO! Um cidadão dos Estados Unidos! Um osso duro de roer! Abre caminho, meu chapa!"
-GrrrGrrr
"Um homem com know-how! Um cidadão em atividade! Preciso manter esta postura rígida ou tudo está perdido! Ufa! É uma tarefa pesada! Pode crer! Me dá dor de cabeça! Meus intestinos se recusam a funcionar...as entranhas pegam fogo...indigestão...azia...
"Ei, ali está um belo exemplar de talento! Se eu tivesse tempo, eu..."
"Uau, um macho de verdade!"
"Mas qual o maldito sentido...não é à toa que meus nervos estão em frangalhos! Acho que vou voltar pro carro. Eu tentei... Deus sabe que eu tentei..."
-Destruir. Cortar. Fatiar. Mutilar.
"Me sinto melhoir agora...tomei umas...acho que vou pra casa pegar o noticiário da noite..."
-Ei, sinhô! U dia tá nascendo!
Robert Crumb
segunda-feira, 21 de julho de 2008
Street Figth Man
domingo, 20 de julho de 2008
Vestígios
"Estamos enfrentando alguém que não é normal... tanto física, quanto mentalmente. E é o aspecto mental que me preocupa... porque, pra desvendar esse caso... vou ter que entrar na cabeça desse maluco... pensar como ele... e isso me assusta."
*a estrada, a verdade a vida.
Allan Moore & David Lloyd em "V de Vingança", Tomo 3 "A Terra do Faça-O-Que-Quiser", cap. 4
Valerie
'EU NASCI EM NOTTINGHAM, EM 1957. CHOVIA UM BOCADO. PASSEI NO TESTE DE AVALIAÇÃO E FUI PRA UMA ESCOLA FEMINIA. EU QUERIA SER ATRIZ. CONHECI MINHA PRIMEIRA NAMORADA NA ESCOLA. SEU NOME ERA SARA. TINHA QUATORZE ANOS E EU, QUINZE. NÓS DUAS ESTÁVAMOS NA CLASSE DA SRTA. WATSON. SUAS MÃOS...ELAS ERAM LINDAS. NA AULA DE BIOLOGIA, CONTEMPLANDO O FETO NO JARRO DE PICLES, FIQUEI OUVINDO A SRA. HIRO DIZER QUE ISSO ERA UMA FASE DA ADOLESCÊNCIA QUE AS PESSOAS SUPERAM. SARA SUPEROU. EU, NÃO. EM 1976, PAREI DE FINGIR E LEVEI UMA NAMORADA, CHRISTINE, PRA CONHECER MEUS PAIS. UMA SEMANA DEPOIS, FUI PRA LONDRES E ME MATRICULEI NA ESCOLA DRAMÁTICA. MAMÃE DISSE QUE PARTI O CORAÇÃO DELA... MAS MINHA INTEGRIDADE ERA MAIS IMPORTANTE. ISSO É EGOÍSMO? PODE NÃO SER MUITO, MAS É TUDO O QUE NOS RESTA AQUI. SÃO NOSSOS ÚLTIMOS CENTÍMETROS...MAS, NELES, NÓS SOMOS LIVRES.'
- Certo. Agora, Srta. Hammond, vamos rever os fatos. Você trabalha para Condinome V. Ele mata autoridades. Peter Creedy é uma autoridade. Ele freqüenta o Kitty-Kat-Keller. Você foi encontrada do lado de fora do estabelecimento com uma arma. Estava planejando matar o Sr. Creedy, sob ordens de Condinome V. Não foi isso que aconteceu, Srta. Hammond?
- Não! Por favor, não é a verdade...
- Por favor, Rossiter!
- Sim.
- Não! Espere! Por favor, não!
'LONDRES. EU ERA FELIZ EM LONDRES. (...) QUERIA MAIS DO QUE AQUILO. O TRABALHO EVOLUIU. CONSEGUI PEQUENOS PAPÉIS EM ALGUNS FILMES. DEPOIS MAIORES. EM 1986, PARTICIPEI DO AS DUNAS DE SAL. GANHOU TODOS OS PRÊMIOS, MAS NÃO O PÚBLICO. CONHECI RUTH TRABALHANDO NELE. NÓS NOS AMÁVAMOS TANTO. FOMOS MORAR JUNTAS. NO DIA DOS NAMORADOS, ELA ME MANDAVA ROSAS. E, DEUS, TÍNHAMOS TANTO. FORAM OS TRÊS MELHORES ANOS DA MINHA VIDA. EM 1988, HOUVE A GUERRA... DEPOIS DISSO, NÃO HOUVE MAIS ROSAS. PRA NINGUÉM. EM 1992, DEPOIS QUE TOMARAM O PODER, COMEÇARAM A PRENDER OS HOMOSSEXUAIS. LEVARAM RUTH ENQUANTO ELA PROCURAVA COMIDA. POR QUE ELES TÊM TANTO MEDO DE NÓS? QUEIMARAM RUTH COM PONTAS DE CIGARRO E FORÇARAM A COITADINHA A DAR NOMES. ELA ASSINOU UMA DECLARAÇÃO DE QUE FOI SEDUZIDA POR MIM. EU NÃO A CULPEI. EU AMAVA RUTH, NÃO PODIA CULPÁ-LA. MAS ELA SIM. RUTH SE MATOU EM SUA CELA. ELA NÃO PÔDE VIVER DEPOIS DE ME TRAIR, APÓS CEDER AQUELES ÚLTIMOS CENTÍMETROS. OH, RUTH... ELES VIERAM ME BUSCAR. DISSERAM QUE TODOS OS MEUS FILMES SERIAM QUEIMADOS. FUI TRAZIDA PRA CÁ E DROGADA. NÃO SINTO MAIS MINHA LÍNGUA E NEM POSSO FALAR. A OUTRA LÉSBICA DAQUI, RITA, MORREU DUAS SEMANAS ATRÁS. ACHO QUE VOU MORRER LOGO TAMBÉM. É ESTRANHO QUE MINHA VIDA POSSA ACABAR NESTE LUGAR HORRÍVEL. MAS, POR TRÊS ANOS, EU RECEBI ROSAS E NÃO TIVE DE PRESTAR CONTAS A NINGUÉM. EU VOU MORRER AQUI. CADA CENTÍMETRO DE MIM MORRERÁ...EXCETO UM. UM SÓ. É PEQUENO E FRÁGIL E É A ÚNICA COISA NO MUNDO QUE AINDA VALE A PENA SE TER. NÃO DEVEMOS JAMAIS PERDÊ-LO, VENDÊ-LO OU ENTREGÁ-LO. NÃO PODEMOS DEIXAR QUE ALGUÉM TIRE DE NÓS. NÃO SEI QUEM VOCÊ É, SE É HOMEM OU MULHER. TALVEZ EU NUNCA O VEJA, NEM TE ABRACE, NEM BEBAMOS JUNTOS...MAS EU TE AMO. ESPERI QUE CONSIGA FUGIR DAQUI. ESPERO QUE O MUNDO MUDE, QUE AS COISAS MELHOREM, E QUE, UM DIA, AS ROSAS VOLTEM. QUERIA PODER TE BEIJAR. VALERIE.'
Conheço cada centímetro desta cela. Ela conhece cada centímetro de mim. Exceto um"
Allan Moore & David Lloyd em "V de Vingança" Tomo 2, "Este Vil Cabaré", cap. 11
sábado, 19 de julho de 2008
Vertente Vocacional
Já se passou muito tempo desde aquela época, não é verdade? E, claro, tem toda razão... até hoje, você não faltou um dia. Muito bem, ó servo bom e fiel*. Por favor, não pense que me esqueci da sua admirável folha de serviços, ou das valiosas contribuições que presou à empresa. O fogo, a roda, a agricultura... uma lista respeitável, meu velho. Realmente muito respeitável. Mas... bem, para ser franco, nós andamos tendo problemas. Não se pode fechar os olhos para isso. Na sua indisposição natural para subir dentro da empresa. Você não quer encarar responsabilidades verdadeiras, nem ser seu próprio chefe. Deus sabe quantas oportunidades já teve.
Várias vezes, nós lhe oferecemos promoções, e você sempre recusou. "Isso é muito pra mim, chefia. Eu conheço meu lugar." Para ser franco, você nunca nem tentou. Sabe... como não progride há muito tempo, isso já começa a afetar seu trabalho... e, devo acrescentar, seu padrão de comportamento também. Os constantes desentendimentos na fábrica não escaparam à minha atenção... nem os surtos de desordem na cantina dos funcionários. Além disso, posso citar... hmmm. Bem, eu não queria trazer isso à tona, mas... sabe, andei ouvindo coisas desagradáveis sobre sua vida pessoal. Não. Nada de nomes. Quem me contou, não importa. Estou sabendo que você não consegue mais se entender com sua esposa... me disseram que os dos brigam muito, que você grita... falaram até de violência. Fui informado que você sempre magoa aquela que ama... aquela que jamais deveria magoar. E seus filhos? São sempre as crianças que sofrem, como você bem sabe. Pobrezinhos! O que fizeram para merecer isso?
O que fizeram para merecer sua truculência, seu desespero, sua covardia e todas as intolerâncias cultivadas com tanta estima!
Isso é tudo pode voltar ao trabalho. As tarefas normais devem começar tão logo seja possível."
Allan Moore & David Lloyd em "V de Vingança", Tomo 2, capítulo 4.
terça-feira, 15 de julho de 2008
Então caminho, cambaleante. Posso estar faminto agora, mas nunca estive tão perto de voar, finalmente! Estou sozinho como nunca estive antes, abandonado e com muitas dores.
Sonhos estranhos, rumo ao desconhecido...por incrível que pareça, como todos, estava me acostumando a esta rotina infernal! Não havia parecer existir nada além daqui!
Nosso sangue escorrendo, nossa vida se esvaziando e todos aqui...querendo mais o quê? Aqui, nunca haverá nada a mais!
Não existe Pato Fernando!
A única coisa real, aqui, é a nossa morte! E quem não vê isso, abraça a morte antes do tempo sem nem perceber! Entendido isso, não há mais nada de especial aqui. Pois para todos, tudo continua igual...para mim, o que mudou?
Só segui o meu curso natural...eu tinha que começar a rastejar, pois simplesmente não queria me matar! Agora ando, mancando, a cabeça doendo até não sei quando...talvez ela doa justamente porque esta não é a hora de dormir.
Depois eu durmo. Primeiro a porta.
domingo, 13 de julho de 2008
Cópia
A onda e a sombra
Homem ao mar!
Que importa? O navio não pára. O vento sopra, o sombrio navio continua em sua rota forçada e passa.
O homem desaparece, depois reaparece, mergulha e volta à tona, chama, estende os braços; ninguém o ouve. O navio, estremecendo sobre o tufão, está voltado a suas manobras; nem os marujos nem os passageiros vêem mais o homem submerso; sua cabeça é apenas mais um ponto escuro na imensidão das ondas.
Grita desesperadamente das profundezas. Que espectro essa vela que foge! Olha freneticamente para ela. E ela se afasta, vai desaparecendo, some. Havia pouco ainda ele estava lá, fazia parte da tripulação, ia e vinha no convés com os outros, tinha sua porção de ar e de sol, vivia. Agora, o que havia acontecido? Escorregara, caíra, tudo se acabara.
Está dentro da água, que é monstruosa. Sob os pés, nada mais que ruína, nada encontra. As vagas envolvem-no pavorosamente, rasgadas e sacudidas pelo vento; o vai-e-vem do abismo o empurra; os farrapos das águas agitam-se em volta de sua cabeça; uma multidão de ondas rebenta sobre ele; estranhas aberturas quase o devoram; cada vez que afunda, entrevê precipícios escuros; uma medonha vegetação o prende, emaranha-se em seus pés, o atrai para ela; ele sente se transformar em abismo, fazer parte da espuma; as ondas jogam-no de um lado para o outro; ele bebe o amargo; o oceano, covarde, se empenha em afogá-lo; a imensidão brinca com sua agonia. Parece que toda essa água é ódio.
Mas ele luta.
Tenta defender-se, tenta sustentar-se, esforça-se, nada. Ele, pobre força logo esgotada, combate o inesgotável.
Onde está o navio? Longe. Mal se avista por entre as trevas pálidas do horizonte.
Sompram rajadas; a espuma das ondas o vence. Levanta os olhos e não vê mais a lividez das nuvens. Assiste agonizante ao imenso delírio do mar e é ele o castigado por essa loucura. Ouve ruídos estranhos ao homem, que parecem vir de fora da terra e de algum terrível lugar.
Há pássaros nas nuvens, assim como há anjos por cima dos infortúnios humanos. Mas o que podem fazer por ele? Os pássaros voam, cantam, planam, e ele, agoniza.
Sente-se sepultado ao mesmo tempo por esses dois infinitos: o oceano e o céu; um é o sepulcro, o outro, mortalha.
Vem a noite. Há horas que ele nada, está no fim de suas forças; aquele navio, aquele vulto longíquo onde havia homens, apagou-se; ele está só num formidável turbilhão crepuscular; afunda, se debate, se retorce, sente abaixo monstruosas vagas do invisível; chama.
Não há mais homens. Onde está Deus?
Grita. Alguém! Alguém! Grita sem parar. Nada no horizonte, nada no céu.
Implora ao espaço, à onda, à alga, ao recife; são surdos. Suplica à tempestade; a tempestade, impertubável, só obedece ao infinito.
Em torno dele, escuridão, névoa, solidão, tumulto tempestuoso e inconsciente, redemoinho incessante das águas bravias. Dentro dele, horror e cansaço. Abaixo dele, a desgraça. Nenhum ponto de apoio.
Pensa nas tenebrosas aventuras de um cadáver na escuridão sem limites. Um frio imenso o paralisa. Suas mãos crispam-se, fecham-se e agarram o nada. Ventos, nuvens, turbilhões, rajadas, estrelas inúteis! Que fazer? Desesperado, abandona-se, cansado, deixa-se morrer, não se importa, deixa-se ir, larga mão, para sempre avança pelas lúgubres profundezas da voragem que o engole.
Ó implacável marcha das sociedades humanas! Perda de homens e de almas no meio do caminho! Oceano, onde desaparece tudo o que a lei desampara! Sinistro sumiço de socorro! Ó morte moral!
Mar, a inexorável escuridão social onde a penalidade arremessa seus condenados. Mar, a imensa miséria!
A alma, na correnteza desse abismo, torna-se cadáver. Quem a ressucitará?
Victor Hugo. Os Miseráveis, vol.I Livro Dois "A Queda", cap.VIII
A versão não-censurada é mais provocadora
Isso tudo porque Raul tinha papel e um grande muro para dar recados.
Quem não tem presente se conforma com o futuro
sábado, 12 de julho de 2008
Nada do que nós já não falamos
A música conta a história de alguém que buscou sua heroína e no fim achou somente o deserto. Este deserto, porém, era falso pois ele não cessava a busca por algo irreal. A heroína em questão apenas emprestava seus poderes, cobrando como preço a sua visão de mundo, ainda ilusória.
Os heróis desta Liga também encontraram-se num deserto, cada um seguindo o seu caminho. Ao contrário do anterior, este deserto é real! É ele o único amigo e não é uma mentira! Nenhum Dalai Lama nos poderá guiar-me ao amor, estou sozinho e meu sangue tem que circular, perfeitamente.
Sometimes I feel like my only friend
Is where I drew some blood
III
Só agora pareço estar leve suficiente para poder ficar de pé. Caminhar para a saída agora será outro desafio. Minha cabeça gira e dói...talvez porque fazia tempo que meu sangue não circulava. E meus pés...há um espinho em meu pé! E por isso estou mancando, diria um amigo. Mas preciso caminhar, assim mesmo. E preciso seguir uma direção pois não há tempo para andar em círculos. Preciso achar uma saída. Agora!
domingo, 6 de julho de 2008
Tomorrow Never Knows
Turn off your mind, relax and float down stream,
It is not dying, it is not dying
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Afinal, são tantos patos obesos aqui...ainda bem que ele não sentiu a minha falta.
Só agora vejo como o cheiro daqui é insuportável! E como todos parecem não falar sobre nada! Ou falam? Isso não importa mais! Ainda estou pesado demais para andar, mas rastejo nesta lama fétida...
Estou faminto! Mas não vou mais comer daquela gororoba amanteigada.
Não comerei, e não mais farei parte disto que eu nem sei o que é!
Afinal, porque todos estes patos ficam aqui, em cubículos sendo alimentados por humanos?
O que estarão planejando afinal? Há um plano por detrás disto, ou eles simplesmente odeiam os patos?
Minha barriga ronca...estômago vazio, fígado cheio! Que meu fígado livre-se logo de toda esta gordura acumulada para que eu possa finalmente caminhar até a saída.
Há um sentimento aqui, que eu nunca senti antes...nem quando era filhote, nem depois de entrar neste buraco! Quando filhote, corria livre pelo campo e nem sabia que aquilo poderia ser felicidade, pois nem pensava nisso. Era feliz? Fui feliz? Quero ser feliz?
O que eu quero é sair daqui!
É esta a novidade? É este o meu desejo?
Diziam-nos que os patos morriam...mas eles, na verdade, vinham parar aqui para morrer! E, uma vez aqui, aceitavam a sua morte, seguindo os ensinamentos do pato Fernando. Seguindo os ensinamentos, não o exemplo! Afinal, este pato Fernando existiu de fato?
Que sentimento é este? Que só é possível de se sentir quando numa situação dessas? Antes, quando ainda fazia parte dos que comem, também queria fugir, afinal todos querem fugir. Mas agora é diferente...a possibilidade de fuga está acenando! E nela eu vejo o pato Fernando...será que ele existe? Há agora uma possibilidade de ser um pato de verdade?
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Há lendas de uma época em que os patos desviavam de flechas no inverno.
Como posso eu desviar de flechas se estou tão cheio que não posso nem mover uma pata?
Pata esta com espinho, aliás...
Alguém sabe onde fica o banheiro? Se eu pudesse andar até lá...
Talvez eu possa me arrastar...hora do jantar.
Errrr....mmmmm....grrrrrr...Ahhhhhh...esse cano maldito...desce pelo meu esôfago...não tenho chances nem de vomitar!
Ratos...comem o que caiu no chão e aproveitam para roer minhas patas!
Há saída? Minhas patas doem, estou pesado, mas sei que tenho energia...se enfrentar a dor, consigo me arrastar até encontrar um refúgio para me esvaziar...depois voarei para bem longe, como na lenda do pato Fernando. A hora é essa...estou caído no chão, me arrastando como um verme...o espinho entra mais ainda na minha carne e meus músculos parecem sucumbir à dor...
Quem me vê não fala nada, aqui é comum morrer ou enlouquecer de dor...mas todos morrem ou enlouquecem calados...também permaneço calado para não fazer barulho.
Lá vem o homem, ele quer me alimentar...espero estar suficientemente escuro para que ele não possa me encontrar.
terça-feira, 24 de junho de 2008
Pois então, não houve possibilidade nehuma...
Pois então, não chegamos nem a cair...
eu e vc somos os mesmos..continuamos os mesmos...
Com nossas xícaras cheias de suspeitas falsas, levantadas (pasmem!) por nós mesmos...por nós mesmos? POR NÓS MESMOS!!!!
Cheios de argumentação, fechados, violentos, agressivos.
Estúpidos espelhos empoeirados...adultos.
sábado, 21 de junho de 2008
Enquanto o professor falava sem parar, o mestre começou a servir o chá, continuando a encher a xícara do professor até que esta estivesse completamente cheia. Mesmo com a xícara já cheia, o mestre continuou a enchê-la.
"O mesmo acontece com você...Você está alerta para o fato da xícara estar cheia, nada mais podendo conter, mas por que não está assim tão consciente a respeito de você mesmo? Você está transbordando com respeito a opiniões, filosofias, doutrinas, escrituras. Já sabe demais! Nada posso lhe dar...Você viajou em vão! Antes de vir até mim, devia ter esvaziado a sua xícara. Então eu poderia ter despejado algo dentro dela."
Neste momento, o professor percebeu que foi ver o mestre por motivos errados e lançou a xícara contra a parede. Ele percebeu que uma xícara vazia apenas não bastava. Ele a encheria de novo, devido ao seu pavor pelo vazio.